domingo, 9 de março de 2014

Diagnóstico tardio.

O que passei antes de ser finalmente diagnosticada, só eu, minha mãe e Deus sabemos.

Cheguei a achar que tinha uma doença rara, tipo essas que passam no Discovery H&H sabe?


Perdi a conta de quantos exames fiz e quanto dinheiro gastei querendo saber porque eu sentia dores no peito, dores musculares, tremores, frio, taquicardias, sensação de morte eminente, falta de ar e etc. Há apenas um ano atrás é que obtive o diagnóstico correto. Depois de muito me desesperar, procurar ajuda e nenhum exame caro, nenhuma tecnologia nem nada da medicina me dizer o que eu tinha (pasmem: nenhum médico, mesmo após ouvir todos meus sintomas; nenhum enfermeiro(a) dos hospitais que fui tendo crise cogitaram a hipótese de eu ter esse problema) resolvi buscar na internet a fundo e descobri alguns problemas psicológicos que encaixavam no que eu sentia. Mas quando vi um relato no Yahoo Respostas, parecia que havia sido eu que postei. Fiquei pasma. Chorei muito. De felicidade, e um pouco de tristeza. Em saber que era psicológico, você fica um pouco abalado, pois no fundo você pensa: Poxa, eu tenho isso por culpa minha? Porque "eu quero?".  Mas quando você conhece melhor o problema, se conhece melhor, e sabe que o buraco é mais embaixo. Existem mil fatores que podem ocasionar esse problema, e com certeza ninguém quer ter algo do tipo.  

Segunda ocorrência.

Quando achei que era uma fase, o pânico volta com mais força e sintomas novos.

Agora o medo e sensação de morte voltam pior.

Após o primeiro ocorrido que durou quase 3 anos da minha vida, quando eu estava praticamente curada do medo de comer e engasgar ou de sair de casa sem água, algo acontece que me faz ter medo de estar dentro de casa: Um avião quase cai em cima do meu bairro e eu ouço tudo trancada dentro de casa. Minha vontade era correr e fugir antes que algo pudesse cair em cima de mim e me matar.
Passei meses de vida acordando as 3:00 AM querendo abrir o portão e fugir para a rua toda vez que um avião passava em cima da minha casa. Morava perto do aeroporto, o que era mais complicado ainda.

Minha mãe me obrigou a enfrentar este medo ficando dentro de casa. Demoraram-se meses até que eu consegui não me importar com aviões e helicópteros sobrevoando minha casa e perceber que não é porque uma coisa aconteceu uma vez que sempre vai acontecer.

Como tudo começou.

Criança. Filha única. Mãe super-protetora.

Foi num dia de semana, enquanto eu almoçava pra ir pra escola, aos 7 anos de idade quando sofri minha primeira crise de pânico, que durou 21 dias. 

Engasguei comendo e parei de respirar por alguns minutos até desmaiar.
Quando acordei não queria mais comer. Só bebia água pois acreditava que a água me desengasgava.
Fiquei internada quase um mês sendo alimentada por sonda pois me recusava a comer e passar perto da morte novamente como aconteceu. Passei mais 2 anos sem conseguir sair de casa sem água. Sofri muito bullying por conta disso, mas nada me faria largar a água sempre próxima a mim. Quando me tiravam a água, eu tinha uma crise de pânico, tremia, sentia muito medo e falta de ar.

Aos 9 anos de idade fiz minha primeira consulta ao psicólogo que me diagnosticou com depressão. Fiz uso de medicamentos fracos para tal. Hora nenhuma soube o que era Síndrome do Pânico.